quarta-feira, 22 de maio de 2013

Sedução

                                    
                                                                  CAPÍTULO 2





– Um encontro? Você tem um encontro romântico?– Fernando falou espantado.

– Não há necessidade de ficar tão surpreso.– Lua disse andando em direção à porta.

– M.Claudia sabe disso?– perguntou 
Fernando
, enquanto observava Lua.

– Minha mãe não precisa saber de cada passo que eu dou! –Lua sentiu culpa ao dizer isto.

M.Claudia teria um ataque se soubesse que sua filhinha ia jantar com um homem que conhecera num bar quando saíra com as colegas. Não entenderia que as coisas eram assim na cidade grande, e com certeza não entenderia o quanto aquele encontro era importante para Lua.

– Espere, espere... não precisa ter pressa, Lua.– Ele a pegou pelo braço e a virou, de modo que Lua o encarasse.

– Certo, eu chegarei bem cedinho amanhã, não se preocupe... embora seja sábado...– Lua falou desanimada.

Para Lua, sentir os dedos de 
Fernando 
pressionando-lhe o braço, mesmo que através do casaco, começava a fazê-la transpirar de nervoso, e agora mais do que nunca, ela queria aquele encontro romântico. Não aguentava mais o jeito como seu corpo reagia a Fernando. E Lua continuou:

– Mas realmente preciso ir agora, ainda tenho que passar no meu apartamento e não quero me atrasar para o Mike.

– Mike? Esse é o nome do homem?– Fernando a soltou.

De repente ele ficou curioso em relação à vida pessoal de Lua. Não achava que ela tivesse uma. Na verdade, não tinha pensado em nada sobre ela, apesar das frequentes perguntas que sua mãe lhe fazia toda vez que ligava, questionando se Lua estava bem. Fernando lhe deu um emprego e pagava-lhe um bom salário, o que mais ele tinha que fazer? Ele considerava seu dever cumprido.

– Sim. Mike Newton.– Lua confirmou.

 E a quanto tempo vocês se conhecem?

– Não vejo como isso pode ser da sua conta. – murmurou Lua com ousadia, seguindo em direção ao elevador.

– Não é da minha conta? Eu ouvi isso direito?– Fernando falou, seguindo-a.

– Sim, ouviu. O que faço fora do horário de trabalho não lhe diz respeito.

– Eu gostaria de poder concordar, mas goste ou não, tenho uma responsabilidade em relação a você.

 Por causa de um favor que meus pais fizeram para Glaucia 8 anos atrás? Isso é loucura...– Lua falou, enquanto apertava o botão chamando o elevador. - E minha mãe ficaria muito chateada se soubesse que estou em Seattle sendo um fardo para você.

Lua mentiu. Sua mãe se preocupava com ela e teria adorado saber que Fernando se preocupava com o bem-estar de sua filhinha. O elevador chegou e ela olhou para Fernando, assustada, quando ele a seguiu para dentro.

– O que você está fazendo?

– Estou descendo no elevador com você.– Fernando lhe respondeu calmamente.

– Mas você não pode!

– Por que não?

– Você precisa trabalhar. Acabou de me falar sobre o prazo curto para aquela negociação...– ela respondeu.

Lua ia apertar o botão para o térreo, mas Fernando foi mais rápido. Ela perguntou:


– Porque você apertou o botão que vai para o subsolo?

– Porque meu carro está lá, e eu vou te dar uma carona até sua casa.

– Está louco? – Lua perguntou incrédula.

– Ouça, você quer a verdade?

Lua, já tendo ouvido muitas verdades desagradáveis dele, não queria ouvir mais uma, mas sua boca se recusou a funcionar.

– Falei com minha mãe no telefone, ontem. Segundo ela, eu não tenho mostrado interesse suficiente nas suas atividades desde que você chegou aqui.– Fernando disse.

– Eu não acredito em você.

Era verdade. Glaucia adorava Lua e ficou indignada quando o filho disse que não tinha a menor ideia do que Lua fazia fora do trabalho. Glaucia passou então a cobrar de Fernando que desse mais atenção à ela. Como Fernando amava muito sua mãe, ouviu seu questionamento em silêncio.

As portas do elevador se abriaram e Fernando foi conduzindo Lua em direção ao seu carro.

– Bem, é melhor acreditar. Fernando. - Agora entre no carro e me diga onde você mora.

Lua sabia que Fernando era persistente, então não resistiu em lhe dar seu endereço. Enquanto ele mexia no seu GPS dando instruções do endereço, Lua ficou pasma ao saber o que sua mãe achava dela, não queria que ela se preocupasse.

– Mas eu não quero que você se interesse por mim!– Lua praticamente gritou.

– Eu não estou interessado em você.– ele disse. - Estou tentando lhe oferecer projetos mais interessantes. Algo que a tire da sala dos fundos. E quem sabe você pareça mais feliz para sua mãe na próxima vez que a visitar. Então, comece a pensar sobre a questão das suas roupas.

– Certo, eu pensarei...– Lua apenas disse isso para acabar com a conversa desagradável.

– E pode me xingar a vontade, mas vou levá-la para sua casa, porque quero saber mais sobre esse seu encontro romântico, e ter certeza de que você não está prestes a pôr sua vida em risco com algum cafajeste. – EFernando foi categórico. - Não quero minha mãe no meu encalço, me culpando porque você se meteu em encrencas.

Lua teve vontade de abrir um buraco no banco de couro do carro e fugir para outra cidade, pois nunca se sentiu tão humilhada na vida.

– Posso cuidar de mim mesma. Eu não vou me meter em encrencas. – Lua lhe respondeu.

– É claro que você não contou para sua mãe sobre esse encontro.– afirmou Fernando. - O que me leva a pensar que talvez tenha vergonha dele. Estou certo?

– Eu não contei nada para minha mãe porque acabei de conhecê-lo.

Fernando notou que ela não confirmou nem negou que tinha vergonha do homem. Seria ele casado?

– Ele é casado? Você pode me contar, embora não espere que eu lhe dê minha benção, porque desaprovo qualquer tipo de envolvimento com pessoas casadas.

Lua virou o rosto diante do desprezo na voz dele. Quem Fernando pensava que era? Um exemplo de moralidade? Em seguida ela disse:

– Não acho que você tem o direito de desaprovar qualquer coisa.

– Não entendi!– falou fernando.

– Eu te explico... Recebi a tarefa de comprar presentes de despedidas para todas as suas mulheres descartadas.– Lua o lembrou. - Flores, joias, férias caras... o que há de tão bom em ter tantos relacionamentos insignificantes? Então, como pode pregar sobre homens casados quando você não vê problema em sair com diversas mulheres, sabendo que não tem intenção de se envolver com elas?

Fernando se sentiu ofendido por ela ousar dar opniões sobre sua vida privada.

 Desde quando prazer é insignificante?– Fernando disse, contendo sua raiva. - Mas você ainda não me respondeu se esse tal de Mike é casado.

– Claro que ele não é casado! Ele é uma ótima pessoa. Na verdade, irá me levar para jantar num restaurante caro... o San Giovanni. Mike disse que o lugar é famoso. Obviamente você já deve ter ouvido falar.– respodeu Lua.

É claro que ele já ouvira falar no restaurante, o qual era frequentado pelos ricos e famosos. Então, o que Lua teria que atrairia alguém que pudesse levá-la lá? Lua era uma garota sem estilo, certamente não era o tipo que chamasse a atenção dos homens. Mas na verdade, havia alguma coisa sobre ela sim, a ingenuidade. Uma virtude que com certeza seduziria qualquer homem. Fernando não gostou de pensar nisso. A doce Lua poderia ser vista como uma mulher perfeita para ser corrompida. A curiosidade o dominou. Fernando agiu no calor do momento, oferecendo-lhe uma carona, e deveria voltar para o escritório a fim de terminar alguns relatórios e enviá-los por e-mail. Mas, agora, o trabalho poderia esperar. Afinal, sua mãe não lhe deu a missão para cuidar de Lua?

– Eu vou te levar até o restaurante. E antes que você diga qualquer coisa...– Fernando sorriu com sarcasmo. - ... não precisa me agradecer.

(...)

Quando chegaram ao apartamento de Lua, ela lhe serviu um café e foi se arrumar. fernando sentou-se e esperou por um longo tempo. Nada surpreendente. Em suas experiências com as mulheres, sabia que elas demoravam uma eternidade.

Enquanto isso, ele passou a observar o apartamento em que Lua morava. Ele não gostou do que viu, nada contra apartamentos de um quarto, mas sim pela espelunca que era. As paredes tinham sinais de umidade, o aquecedor era antigo e funcionava mal, as janelas também eram antigas e suas madeiras estavam tão podres que o vento gelado atravessava por elas. Sentiu-se enojado pelo proprietário, que certamente devia cobrar o aluguel caro a jovens inexperientes como Lua, e logo pensou se deveria saber mais sobre o sujeito. Fernando estava, agora, andando de um lado para o outro, quando Lua saiu de seu quarto.

– Eu me arrumei o mais depressa possível. Você não precisava ficar me esperando. Eu poderia pegar um táxi.

Fernando virou-se ao som da voz dela, e por alguns segundos ficou imóvel, os olhos fixos...

– Que tal estou?– perguntou Lua, nervosa.

2 comentários:

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